Lançado em dezembro, o clipe da música “Tigrão Gostoso” foi removido do Youtube
A deputada estadual Luiza Maia (PT) ingressou com uma representação
contra a banda Abrakadabra, motivada pela letra e videoclipe da música
“Tigrão Gostoso”. No documento, protocolado junto ao Ministério Público
da Bahia, na segunda-feira (10), a deputada afirma que o conteúdo da
música “traz indistinta discriminação contra mulheres, com violação à
imagem e dignidade destas”.
Para Luiza Maia, o clipe também
incita, “sem chance de dúvida, a prática de crimes contra a liberdade
sexual, como os de estupro e atentado violento ao pudor, previstos nos
arts. 213 e 214 do Código Penal”.
O vídeo, que foi lançando em
dezembro e já ultrapassava 60 mil visualizações, foi removido do
Youtube. No último dia 27, a Marcha Mundial das Mulheres divulgou uma nota de repúdio contra a banda.
“No
início do clipe, retrata-se uma situação que é corriqueira na vida de
todas as mulheres, que vivem diariamente o medo e a insegurança de serem
violentadas ao andarem sozinhas à noite ou em ruas desertas.
Entretanto, ao invés de se denunciar a violência sexual, o clipe se
desenrola de forma a enaltecer a posição do estuprador, colocado como a
figura do “tigrão gostoso”, de modo a associar a agressividade à
masculinidade”, diz trecho da nota.
Em nota à imprensa, a deputada compara a Abrakadabra ao caso da New Hit.
Nove integrantes da banda e um policial militar foram acusados de
estupro contra duas adolescentes em agosto de 2012, após show na cidade
de Ruy Barbosa.
“Vimos o exemplo da banda New Hit: quem canta violência pratica violência. Não podemos permitir que o que aconteceu em Ruy Barbosa se repita”, enfatizou a deputada. “O problema não está no ritmo, mas no conteúdo dessas músicas. Existem bandas de pagode e de arrocha que fazem um belo trabalho, sem ofender a dignidade de ninguém. Sabemos que a luta é grande e a Lei Antibaixaria também tem esse papel didático, de combater o machismo de forma educativa, mas há casos em que é necessário apelar para a justiça”.
"Não tivemos essa intenção"Em contato com o Correio24horas, o vocalista da Abrakadabra, Diego Pereira, conhecido como Pretu, afirmou que a banda resolveu tirar o clipe do ar por conta da repercussão do caso. "Nós colocamos uma obra de arte na internet, mas que foi interpretada de forma diferente. Em nenhum momento tivemos a intenção de denegrir a imagem das mulheres, até porque a maior parte nosso público é feminino. Deus sabe que a nossa intenção não é negativa, eu fico triste por isso existir", diz.
De acordo com o vocalista, a música foi lançada há dois anos e o clipe foi produzido pelos próprios integrantes do grupo. "É uma ficção. Se tivéssemos colocado no início do clipe a mensagem 'isso é uma ficção', não teria essa repercussão toda. É uma questão de interpretação. Foi uma produção própria. A intenção não era nem contar uma história, era mostrar a nossa marca".
Segundo Diego, a polêmica em torno do clipe não prejudicou a agenda de shows da banda. "Tentaram nos atrapalhar, mas não conseguiram. Temos shows de quinta a domingo. E não é por causa da repercussão do caso, graças a Deus".
Fundada há três anos em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, a Abrakadabra é conhecida por misturar ritmos como pagode, arrocha e tecnobrega.
“Vimos o exemplo da banda New Hit: quem canta violência pratica violência. Não podemos permitir que o que aconteceu em Ruy Barbosa se repita”, enfatizou a deputada. “O problema não está no ritmo, mas no conteúdo dessas músicas. Existem bandas de pagode e de arrocha que fazem um belo trabalho, sem ofender a dignidade de ninguém. Sabemos que a luta é grande e a Lei Antibaixaria também tem esse papel didático, de combater o machismo de forma educativa, mas há casos em que é necessário apelar para a justiça”.
"Não tivemos essa intenção"Em contato com o Correio24horas, o vocalista da Abrakadabra, Diego Pereira, conhecido como Pretu, afirmou que a banda resolveu tirar o clipe do ar por conta da repercussão do caso. "Nós colocamos uma obra de arte na internet, mas que foi interpretada de forma diferente. Em nenhum momento tivemos a intenção de denegrir a imagem das mulheres, até porque a maior parte nosso público é feminino. Deus sabe que a nossa intenção não é negativa, eu fico triste por isso existir", diz.
De acordo com o vocalista, a música foi lançada há dois anos e o clipe foi produzido pelos próprios integrantes do grupo. "É uma ficção. Se tivéssemos colocado no início do clipe a mensagem 'isso é uma ficção', não teria essa repercussão toda. É uma questão de interpretação. Foi uma produção própria. A intenção não era nem contar uma história, era mostrar a nossa marca".
Segundo Diego, a polêmica em torno do clipe não prejudicou a agenda de shows da banda. "Tentaram nos atrapalhar, mas não conseguiram. Temos shows de quinta a domingo. E não é por causa da repercussão do caso, graças a Deus".
Fundada há três anos em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, a Abrakadabra é conhecida por misturar ritmos como pagode, arrocha e tecnobrega.